Já tenho tido algumas "queixas" relativas ao comportamento dos agapornis "solitários", criados à mão, quando de repente lhes chega a casa outro agapornis para fazer companhia. O que tenho a dizer é... muita paciência!
Infelizmente só o tempo dirá o que pode acontecer e quanto tempo demorará até se entenderem. Tenha paciência. Até então o seu agapornis não convivia com a especie dele e por isso é estranho ter ali aquela "coisa estranha que se parece com ele". É natural que esteja mais agressivo, até consigo, por ciúme, porque se sente inseguro, porque o espaço dela foi violado, porque é um roseicollis, como um grande criador à mão dos Estados Unidos costuma dizer "roseicollis are the Jack Russels Terrier of the parrot world". Precisam de tempo para se adaptar a novas situações. Todos os dias é um novo dia com progressos, mesmo que não se aperceba.
O meu conselho é brincar com eles fora da gaiola, sente-se a uma mesa e com os dois em cima dela, espalhe alguns brinquedos, algumas guloseimas e deixe-os conviver com vigilância. Não interfira à mínima coisa. Não force os afectos entre eles. Quando conseguirem estar no mesmo espaço se se magoarem ou tentarem magoar, já será um bom avanço. Quando o mais velho é mau, ralhe com ele "meiguinho (nome do traquina)" e afaste o mais novo delicadamente, não afaste o mais velho.
Não adianta de nada fazer festas no mais novo a dizer que é amigo (eu dou comigo a fazer o mesmo deixe lá) porque eles não entendem o que dizemos, entendem as nossas emoções e como as transmitimos.
Com o tempo as coisas compõem-se, não desmoralize.
Eu estive a viver uma experiência nova com as criações de 2010/2011, pois apesar de ter alguns criados à mão, crias com as quais vou ficando ao longo dos anos, o Casca era na verdade o primeiro que tinha sem um par e como tal, muito sensível a intrusos e à partilha do tempo por muitos bebés. É como o filho que não reage bem à chegada dos irmãos e chegou até a entrar em depressão e a mostrar-se progressivamente agressivo para com os outros, logo ele que é tão meigo. O factor agressividade nos agapornis amplia mais quando são fêmeas. Elas quase sempre são "mais" tudo :)
Neste momento já tenho muito mais cuidado com a atenção essa situação.
Em tempos o Casca amigou-se com outro agapornis, apesar de não serem da mesma sub-espécie mas o objectivo não era a criação, deixei-os permanecer juntos. Nunca soube se era macho ou fêmea, só sei que se davam muito bem. Era o Orsi que andou aqui na lista de disponíveis mas que acabou por ficar na casa :) mas mais tarde acabou por ir para outro lar. Nessa altura dei uma atenção especial ao Casca e ele não sofreu com a alteração.
Tempos mais tarde, arranjou a sua companheira, também criada à mão, a Estiquelapeace e aguardo ansiosamente para que tenham a sua primeira criação.
O que é preferivel? Há quem diga que ficam mais mansos sozinhos, há quem diga que não tem nada a ver, há quem diga que precisam de viver em pares, etc. muito se especula sobre essa questão e a única coisa que posso dizer é o que vejo e o que a minha experiência me ensina. Eles precisam de facto de atenção, de serem estimulados, de desafios, de gastar a energia que têm. Se o dono não tiver muito tempo para estar com ele, aconselho a ter o passarinho acompanhado (não necessáriamente em casal).